Série – Resolva problemas: preenchimento incompleto

Preenchimento confuso ou incompleto na impressão 3D: como identificar e corrigir

 

Se você está imprimindo um objeto e percebe que o interior da peça parece bagunçado, com lacunas, linhas cruzadas ou preenchimento instável, você pode estar enfrentando um dos problemas mais comuns, preenchimento confuso ou incompleto. Esse problema pode comprometer não só a estética, mas também a resistência e a integridade estrutural da sua impressão.

Neste guia completo, vamos explicar o que causa esse tipo de falha no preenchimento, como reconhecê-la e, principalmente, como corrigi-la.

O que é preenchimento confuso ou incompleto?

 

Durante o processo de impressão, o preenchimento (ou infill) é a parte interna da peça que dá suporte estrutural às paredes externas. Ele é normalmente configurado com padrões como grade, colmeia ou triângulos, e você pode ajustar a densidade conforme a necessidade da peça (mais leve ou mais resistente).

Quando esse preenchimento sai errado, com falhas de extrusão, buracos visíveis, linhas quebradas ou sobreposição desconexa — a peça pode perder durabilidade ou até falhar por completo. Visualmente, o infill parece “bagunçado”, e a camada superior pode até colapsar por falta de apoio interno.

Principais causas do preenchimento incompleto ou confuso

1. Subextrusão

Um dos motivos mais frequentes para falhas no infill é a subextrusão, quando a impressora não consegue extrudar a quantidade de filamento necessária. Isso pode acontecer por vários fatores:

  • Bico parcialmente entupido

  • Tensão inadequada no alimentador do filamento

  • Temperatura do bico muito baixa

  • Filamento de baixa qualidade ou úmido

Como resolver:

  • Faça uma limpeza no bico de extrusão ou substitua-o se necessário.

  • Verifique se o filamento está alimentando corretamente.

  • Aumente ligeiramente a temperatura do bico (em 5 °C por vez).

  • Certifique-se de que o filamento esteja seco e armazenado corretamente.

2. Velocidade de impressão muito alta

Se a velocidade do infill estiver configurada muito alta, a impressora pode não ter tempo suficiente para depositar o filamento com precisão. O resultado são linhas mal conectadas e preenchimento irregular.

Como resolver:

  • Reduza a velocidade de impressão do preenchimento no slicer.

  • Ajuste a velocidade para algo entre 40 mm/s e 60 mm/s como padrão.

  • Teste a qualidade do infill com impressões menores antes de iniciar projetos grandes.

3. Vazios entre linhas de preenchimento

Outro sinal comum de problema é a presença de espaços entre as linhas do infill, causados por sobreposição incorreta ou por uma largura de extrusão mal calibrada.

Como resolver:

  • No slicer, aumente a sobreposição do preenchimento (infill overlap).

  • Configure esse valor para algo entre 10% e 30%.

  • Verifique a largura de extrusão para garantir que esteja adequada ao bico usado (geralmente 0,4 mm para bicos padrão).

4. Fluxo de extrusão mal calibrado

Se a taxa de fluxo (flow rate) estiver baixa demais, o infill ficará subdimensionado. Isso impacta diretamente na aderência entre linhas e na consistência da camada.

Como resolver:

  • Acesse a configuração de fluxo no slicer e aumente gradualmente o valor (de 100% para 105%, por exemplo).

  • Faça testes com cubos de calibração sólidos para ajustar com precisão.

  • Se estiver usando um filamento diferente, lembre-se de recalibrar, pois a densidade varia de marca para marca.

5. Camadas superiores mal apoiadas

Um infill mal construído afeta diretamente a camada superior da peça. Se ela estiver afundando, enrugada ou com buracos, provavelmente a base que a sustentaria (o infill) falhou.

Como resolver:

  • Aumente a densidade do infill para garantir uma base sólida (mínimo de 15% a 25% para peças funcionais).

  • Certifique-se de usar ao menos 3 a 5 camadas sólidas no topo.

  • Teste diferentes padrões de preenchimento: o tipo “grid” costuma ser mais estável que o “lines”, por exemplo.

Dicas extras para garantir um bom preenchimento

  • Faça manutenção preventiva da sua impressora, principalmente no sistema de alimentação do filamento.
  • Use filamentos de qualidade e armazene-os em local seco.
  • Experimente diferentes padrões de infill para encontrar o que melhor atende à peça e ao tempo de impressão.
  • Monitore os primeiros minutos da impressão para identificar subextrusão precoce.
  • Use um slicer confiável (como Cura, PrusaSlicer ou OrcaSlicer) e mantenha-o atualizado.

Problemas de preenchimento confuso ou incompleto são frustrantes, mas absolutamente corrigíveis. Na maioria dos casos, eles estão ligados a subextrusão, velocidade inadequada ou configurações mal calibradas. Com os ajustes certos, suas peças impressas em 3D ficarão mais bonitas, fortes e confiáveis, por dentro e por fora.

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